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Idealizado pelo psiquiatra Jairo Toledo, o museu foi inaugurado, em 1996, no torreão do antigo Hospital Colônia, e pretende ser um tributo às dezenas de  milhares de vítimas da lendária instituição. Dos cinco museus de  Barbacena, o que se dedica a contar a história da loucura é o mais  visitado por turistas.

De interessante construção arquitetônica o espaço do museu deixa os visitantes, de certa forma, com um sentimento de melancolia e apreensão. A imersão no conteúdo das salas permite uma profunda reflexão sobre o mundo, sobre humanos e, principalmente, sobre nós mesmos. A primeira sala mostra o relato da criação do hospital, sua história e personagens principais da época com muitas fotos e destaque para um exemplar genuíno do primeiro telefone da cidade de Barbacena que era instalado no hospital. É recomendado paciência e atenção nesta sala para que se possa "entrar no clima" do lugar. Destaque para um ofício da Secretaria da Saúde destinado ao diretor do hospital psiquiátrico orientando para que fossem retiradas as camas dos quartos dos doentes e estes passassem a dormir no chão para que coubessem mais deles num mesmo quarto.

A sala número dois retrata as maneiras que os doentes eram tratados e as crueldades a que eram submetidos, tudo ilustrado com fotos e objetos que chegam a dar arrepios, como os aparelhos de eletrochoque, prática introduzida na psiquiatria em 1938 e que produz, segundo especialistas, resultados eficazes se utilizada com moderação e não nas cavalares doses que se faziam comuns no hospital de Barbacena. Ainda nesta existem outros exemplos de materiais que compunham o dia a dia dos doentes, tais como grades das celas onde ficavam aparatos de uso famacêutico dentre outros de cunho médico e mesmo de tortura sob pretexto de contenção.

Em seguida a visita torna-se um tanto mórbida.  São exibidos textos que contam como os funcionários do hospital chegavam a cozinhar corpos de doentes mortos em tambores de gasolina para que sua carne derretesse e os ossos pudessem ser vendidos às faculdades de medicina da cidade e região. Nesta mesma sala, já a quarta, vê-se fotos dos pátios, quartos e de outras dependências do lugar como eram antigamente, fotos muitas vezes capturadas durante visitas de famosos psiquiatras de todo o mundo.

Outra impressionante exposição do museu é a representação de uma sala de cirurgia com instrumentos que eram utilizados antigamente e ainda um exemplar de crânio de um ex-paciente e algumas radiografias. Termina-se a visita com uma exposição de divulgação da grife “Pirô Criô”, composta por trabalhos manuais e de artesanato feito pelos usuários do hospital.

LOUCURA E HISTÓRIA
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